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terça-feira, 5 de março de 2013

Fim.


Fim de noite, fim de expediente.
Era o fim de muitas coisas, afinal.
eu me via cambaleando entre as pessoas naquela noite cinza.
As ruas estavam cheias de pessoas, mas ao mesmo tempo não havia movimento.
As suas almas pareciam que não estavam lá.

O que eu via eram olhos cansados que se esforçam para olhar o próximo ônibus.
Eram todos escravos do relógio.
Escravos da Função soneca e das mensagens dos celulares.

Eram todos como os postes que piscavam, podendo queimar a qualquer momento.
Eu também me sentia como as pessoas e como os postes.

O que faríamos daqui pra frente?
Todos nós sabíamos o que fazer quando chegássemos em nosso destino.
Sabíamos o que fazer quando chegasse o sol em nossa janela, ou quando o alarme tocasse.
Só não sabíamos o que fazer com nossas almas cansadas.

Uma garota comentou comigo sobre o ônibus dela que não chegava.

“O ônibus esta demorando e tenho que acordar cedo para trabalhar amanhã.”- Ela dizia encostada nos bancos da parada com os pés balançando ao vento.

Pensei em perguntar a ela, qual era o sentido da vida.

Mas sei que ela não saberia explicar.

Nem ela, nem eu, nem os postes e nem aqueles olhos cansados.

Só nos restava esperar pelo ônibus e quem sabe um dia queimar, assim como aquelas postes que piscam e que no fundo sabemos que um dia irá apagar para nunca mais voltar a iluminar as ruas.