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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Eu queria ter bebido todo o vinho que derramei por engano.

Eu queria ter bebido todo o vinho que derramei por engano.
Queria ter achado uma janela pra olha-la passar.
“Eu vou embora, mesmo se você ficar.”
Era tudo difícil demais pra gente.
As ruas eram estreitas, os amores eram recortes de papeis.
Minhas ruas estão cheias de poesias borradas na parede.
Meus amigos estão catando moedas pra comprar mais uma cerveja, para garantir algumas horas da noite.
Eu embalava ao ritmo de becos sujos, e falava porcarias que todo mundo dava risadas.
Eu não bebia leite e muito menos chorava se ele derramasse por engano.
Se chora pelo vinho derramado, por poesias nas paredes e por noticias velhas.

Eu? Só pelo vinho mesmo.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Pisando sem chão.

Estamos correndo sem pernas, estamos pisando sem chão.
“O que fazemos aqui? Por que estamos todos os dias aqui?”
Ele se sentia desmanchando naquele chão sujo. Deixou de queimar fazia alguns meses.
Ele tinha beijado um monte de garotas, mas um monte dessas garotas não tinham boca.
Ele tinha confessado para um monte de amigos. Mas todos os seus amigos não tinha ouvidos.
Seu corpo aparecia, mas sua alma se escondia.
O fluxo é forte, incontrolável, tente nadar nessas correntezas que te levam para o fundo do mar.
É só deslizar nessa confusão desenfreada. É tudo: Me ame ou me mate.
É flores ou armas.
Lágrimas ou sangue.
Ninguém se pertence mais.  É todo mundo se fazendo de difícil pra ser fácil demais.
As almas gêmeas podem sem compradas no natal.
A intimidade pode ser comprada no carnaval.
Eu vi eclipses queimando só por uma noite no céu.

“Somos só eclipses.” Eu disse pra ele. Ele concordou. E andou sem as pernas.